O 25 de Abril de 1974 foi uma data que marcou o país, o mundo e a mim especialmente, por ser o ano da minha aparição nesta efémera passagem pelo mundo cognitivo.
Muito se tem falado e discutido sobre o valor do 25 de Abril nas novas gerações. Uns defendem que os programas escolares deveriam dar mais enfoque ao assunto, outros que a transmissão de valores de pais para filhos está em deficit e, portanto, quebra-se um elo na cadeia, outros ainda que o papel do governo não é suficientemente preponderante nesta matéria…
Acerca desta temática, dei por mim, ao observar a plebe em época pascal, a pensar que todos os que da maneira acima descrita pensam, estão todos errados! O 25 de Abril está vivo e a gozar de plena saúde!
Passo a explicar: os actuais pais, médicos, pedreiros, engenheiros, doutores, professores, governantes, etc. são os mesmos que, em plena época de revolução, eram jovens, estudantes e acima de tudo teenagers. Como todos nós sabemos, a liberdade, em muitos instantes desse tempo, foi confundida com libertinagem. E é o que hoje temos. A falta de valores morais, sociais, éticos em detrimento dos financeiros é justificação, mais que suficiente, para se alienar o próximo, todo e qualquer tipo de património (seja ele cultural, arquitectónico, natural, etc.), e passar por cima de tudo e de todos sem olhar nem a quem, nem a meios. O (des)ordenamento da nossa paisagem é bem exemplo disso – não existe o menor respeito pela traça tradicional portuguesa, pelo enquadramento arquitectónico, cada um desenha a casa que quer e como quer. As dunas primárias são sempre alvo de cobiçados olhares, são muitos os exemplos de edifícios que banham os pés na preia-mar. Os bosques de caravalho, sobreiro, azinheira, só para referir alguns exemplos, são chacinados e transformados em plantações de “pau da celulose”, vulgo eucalipto. A agricultura de subsistência há muito que foi abandonada, existindo hoje uma agricultura intensiva, insustentável (a ver vamos quando se acabarem as verbas comunitárias…), e perturbativa para com o meio ambiente.
Todos estes exemplos, infelizmente é-nos possível arranjar muitos mais, servem para explicitar a libertinagem com que se começa o dia-a-dia nacional. As gerações mais jovens estão a absorver estes “conhecimentos” e a começar a achar que não existe uma outra forma de fazer as coisas.
Assim, parece que o 25 de Abril realmente está entre nós; para o bem ou para o mal…
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